segunda-feira, 20 de julho de 2015

Enjoy the silence

Minhas palavras se antecipam em descrever - em quaisquer das minhas falas desajeitadas - toda a nudez escandalosa com que carrego as minhas verdades, toda a paixão sincera e absurdamente imensa por tudo aquilo que acredito e levo junto do peito. E saem indiscretas, me delatando por aí. Rasgadas, ferinas, feridas, apaixonantes, ingênuas, intensas e insensatas, rompendo, de maneira quase infantil, com o silêncio que a vida me impõe. Para compreendê-las, verdadeiramente, basta ouvir o silêncio por trás delas. As minhas palavras desenfreadas mais dizem sobre quem eu sou do que o que deveras dizem. Seja no exagero das palavras de ódio e fúria, demasiadamente teatrais, devo dizer; seja na dor das palavras que falam sobre a solidão crua e profunda que me adormece os sonhos. Minhas palavras, por fim, pouco dizem, senão sobre a minha verdade escancarada; senão sobre esse exagero que carrego em mim; sobre as minhas paixões, os meus desassossegos e tudo aquilo que acredito. E sobre esse amor que me é único e valioso e que, hoje, me faz silêncio. Ei, você também consegue escutar o que esse silêncio diz?